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Mostrando postagens de junho, 2024

Camisetas

Acabo de ler numa camiseta enquanto esperava o motorista do busão carregar a maquininha de cartão, a seguinte frase: Deus sabe o que faz, eu Não. Claro que a primeira coisa que fiz foi achar interessante, pois logo aguçou meu interesse. Que o Nosso Deus tem muito trabalho com a gente eu já sabia, mas agora houve uma afronta ao trabalho incansável que ele desenvolve. Penso que a nossa responsabilidade está cada vez mais alta frente aos desafios que nos são apresentados. Eu tenho certeza que cada vez mais tenho que saber o que faço e como faço. Porém, acho graça na inventividade e no senso se humor  dos comunicadores visuais. Também pensei no quão eu gosto de ser cuidadoso com as coisas que levo para os outros nas minhas camisetas. Inclusive acho que eu, meus amigos e até desconhecidos, já com cabelos brancos e/ou raros, somos bonitos com calças jeans skinny, tênis e camiseta. Somos vários admiradores do rock progressivo e do rock paulera, andando pelas ruas, nessa vibe a principio d...

Frios

Antes de pensar no título desse texto eu senti na pele um gelado de garoa. Logo pensei na necessidade que as carnes têm de serem resfriadas para que não apodreçam. E quando penso sobre isso também penso no tempo quando não haviam geladeiras e os alimentos eram resguardados no sal. Essas coisas que nós, carnívoros, pensamos sobre sobrevivência e/ou perpetuação. As coisas poderiam ter qualquer nome, mas as chamamos de frios por conta de serem conservadas no freezer, geladas. Outro dia ao abrir a minha octogenária geladeira, senti um bafo quente vindo de dentro dela. Depois de muitas tentativas de regulagem ela não aguentou mais. Agora estou comprando as coisas pra comer na hora, já que para comprar outra geladeira eu preciso tirar o adestrado escorpião do meu bolso. Estou preferindo agir assim, afinal fico fora o dia inteiro é só chego em casa para o banho restaurador, o lanchinho e pra dormir, é claro, já que com esse friozinho sorocabano de inverno essa tarefa fica ainda mais doce. Ess...

Passagens

Com certeza fiz a pergunta usando uma palavra errada. Perguntei: Esse ônibus passa Na estação Faria Lima? Devia ter perguntado: Esse ônibus passa Pela estação Faria Lima? Explico. Quando perguntei se o busão passava Na estação Faria Lima, o motorista respondeu: Ele vai pela Theodoro. Esperem um pouco. A estação fica na esquina da Theodoro com a Avenida Faria Lima. Acho que ele pensou: Esse cara não conhece São Paulo, vai ficar confuso e vai esperar um outro ônibus. Não. Esperem mais um pouco. Esse é um pensamento ansioso, daqueles que só pensam negativamente. Acho que ele deve ter pensado que eu, andando vinte metros ficaria muito cansado. Digo isso porque depois que ele fez a curva entrando na Theodoro, ele andou dez metros, passou por um dos pontos, andou mais dez metros e parou no ponto que lhe cabia. Desci e até corri para a Estação, levando minha mochila nas costas. Acho que corri na esperança que ele, olhando pelo espelho retrovisor, visse que estou numa forma incrível e que nenh...

O Mistério de certas coisas

É QUASE INACREDITÁVEL! Essa foi a frase curta que ganhei de presente. Impressionante o que me faz uma pet de refrigerante cortada na parte de cima, cheia com areia e coberta por um crochê delicado, feito com linha verde e linha branca e segura a porta da frente quando aberta. Essas duas referências devem ser de difícil compreensão para os que não às vivenciaram. Porém, acredito que posso solucionar esse pequeno problema com mais palavras entrelaçadas. Impressionante o que me faz uma lata de graxa sem tampa, onde estão colocados um pássaro em origami, um botton de hipopótamo, uma Nossa Senhora de Lourdes de metal, um cubo origâmico e um anjinho de massa. Impressionante o que me faz cada um dos desenhos, dobraduras, encaixes, pinturas e colagens que estão penduradas, ou presas com durex na parede do meu quarto, tudo vivendo sobre um enorme desenho que fiz há um tempo. Impressionante o que me fazem. as coisas guardadas nas três caixas de papelão de cestas básicas do lugar onde agora é uma...

Desenho

Na semana passada um aluno fantástico resolveu que ia fazer um retrato meu. Pediu para que eu tirasse os óculos para fazer uma foto de referência. Ele tirou a foto e me mostrou apresentando a tela do seu celular. Olhei de relance a fotografia e enxerguei minha mãe. Lembrei disso agora, no instante que vi minha mão pousada no batente da porta do trem do Metrô. Vi a mão do meu pai. Quando a família foi ao velório dele, minha prima desmaiou ao me ver. Ela viu o pai dela em mim. Tio Franco. Minha neta quando me vê junto ao seu tio Paulo, meu irmão, nos chama de gêmeos. Vocês são iguais, ela diz. Aparentar-se com alguém. Tornar-se parente, parecer-se, ter afinidade aparente. Essa questão reflete sobre a aparência das pessoas. E a aparência das coisas? Na semana passada estava pensando que quem desenha alguma coisa buscando semelhança com a realidade, precisa de um olho focado. Não sei exatamente como isso se dá, mas fiquei mais atento sobre essa questão. Parece que os olhos se focam nos con...

Questão de sorrisões

Estou de volta ao hospital, mas quem está doente é a dona K. Noventa e seis anos de aventuras e venturas. Adoro observar, ficar atento aos gestos, às necessidades e aos fazeres corriqueiros. Os enfermeiros não conseguiam travar a porta da direita para passar a maca. A enfermeira disse que a garrinha estava com problema desde a manhã. Segurei a porta e os dois enfermeiros passaram com a maca. A garrinha estava toda amassada e deformada. Abaixei, dei uma pressionada, apertando o metal todo para a esquerda e pronto. Fiz o movimento de fechar e a porta estancou. No futuro alguém vai precisar de ferramentas para o definitivo conserto. Fiquei com fome e fiquei sabendo que a lanchonete ficava no primeiro andar. Soube graças a gentileza de uma moça sentada ao lado, que observou um senhor perguntar sobre lanche e prontamente deu todas as informações. Pão de batata excelente, pão de queijo idem e uma coxinha de arrasar. A lanchonete fica no primeiro andar e o elevador está quebrado, arrematou. N...

Agora foi assim

Desta vez foi no guichê de passagem em Sorocaba. Eu já estou na minha poltrona segurando uma lembrancinha que eu fiz, manufaturada. Eu já estava com ela na ocasião da fabulosa história que a atendente com sua simpatia me descreveu. O que a inspirou foi justamente a lembrancinha que mostrei pela transparência do vidro. Eu fiz a pequena peça usando dois galhinhos da nossa árvore crescida no vaso. Além dos pequenos galhos, usei duas pedras que pairavam sobre a terra vermelha e úmida. Uma delas é escura e a outra branca. A branca dá suporte para toda a composição. Para completar eu fiz uma escadinha com palitos de fósforos sem as cabeças vermelhas. A lembrancinha é a lembrançona da árvore que encontramos numa rua em São Paulo e cuidamos, primeiro na nossa sala e depois na nossa área de serviço, porém o tempo foi severo e ela secou. Não teve jeito. Fizemos de tudo. Trocamos a terra, fizemos filtros e nada de sobrevivência. Hoje ela vive na lembrança e na lembrancinha. A moça do Cometa viu e...

Fragância

Uma das palavras mais bonitas que eu conheço é Fragrância. Muitas vezes confundida com cheiro, aroma, ou até fedor. Essa eu já nem sei se é sinônimo, ou adjetivo de Fragrância. Sendo, será uma tenebrosidade da língua. Enfim. Cheguei em casa na segunda e todas as roupas de cama estavam no varal. Porém, só vim a perceber isso depois. A Fragrância delicada invadiu minha narinas e o meu cérebro. Lavanda. Já havia experimentado essa fragância em sabonetes líquidos, em barra, em xampús e em odorizantes de ambientes, mas dessa forma foi a primeira e a mais saborosa percepção. Você deve estar se perguntando por que entrou o saborosa na frase, afinal o sentido que foi acionado foi o olfato. Em Arte, o Artista Contemporâneo muitas vezes quer que os nossos cinco sentidos sejam acionados quando fruimos uma Obra sua. Numa saborosa fruidez. A partir dessa experiência sensorial aromática, não posso deixar de contar uma pequena história que acabei de presenciar. O personagem principal é o jovem senhor...