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Mostrando postagens de novembro, 2024

Botão

Tenho visto a representação de um super ator espanhol que interpreta um músico que se considera racional. Muito mais do que espiritual - ou mais apropriado - menos afeito aos acontecimentos que se aproximam do mágico, ou paranormal. Aqui estou eu caminhando pela calçada depois de comprar quatro pãezinhos quentes, branquinhos e sem bico. Andando percebi uma peça de metal brilhante e côncava, brilhando na calçada e a pus no bolso da bermuda. O outro lado da peça tinha uma saliência na circunferência inteira. Logo pensei que colando na caixa de materiais teria que fazê-lo com a saliência para baixo usando muita cola para que os alunos não se machuquem. Andei mais uns seis passos e me deparei com uma peça circular de plástico branco com uma saliência furada no centro. Não demorou muito para eu tentar encaixar a peça branca na de metal prateado. Batata. Encaixe perfeito. Só mais tarde me lembrei que ao pegar a peça Plástica, notei que pelo furinho passava um micro pedaço de linha marrom. Cl...

ConVivência

A importância da conVivência é a importância do coletivo. Viver com Veja que não tem nada a ver com o ponto com Inclusive esse com é um com de comércio. Ponto com Prefiro o com de comunidade, que é mais o tom do viver coletivamente, propondo articulações de afeto e carinho. Com certeza é por isso que valorizo a pedagogia do Wallon. A pedagogia do afeto. Uma maneira de ensinar ocupada com o outro e suas características genuínas e essenciais. Características que nos seres humanos são muito distintas e devem ser respeitadas e valorizadas sempre. Uma vez num congresso aprendi sobre a pedagogia peripatética. O palestrante nos disse que o mestre caminhava ensinando, mostrando as coisas ao redor e filosofando sobre as suas observações. Num momento pensei que seria maravilhoso aplicar essa pedagogia nas minhas classes de trinta alunos. Porém, nem deu tempo, porque o palestrante advertiu que essa escola os ensinamentos eram ministrados por um mestre que andava apenas com um discípulo. Agarro-me...

Sobreviventes

Uma constatação é que está tudo caro. Duas sacolinhas quase sem nada, cem reais. Só o azeiteeeeeee! A Caixa de Materiais desse ano é uma caixa de sapato cuja tampa é acoplada à caixa por um dos seus lados. Sei que já escrevi isso num outro texto, mas o importante é que resolvi passar meu tempo ocioso cortando o lado anexado e manufaturando um lado novo para a tampa. Ou seja, a partir de agora a caixa tem uma tampa que fica à parte dela. A caixa adquiriu parte da sua independência, embora uma hora ou outra ela terá que ser tampada para que a gente não perca os materiais que ela guarda. A gente também tem uma independência apenas moderada. Depois de cortado o papelão de outra caixa que havia guardado para uma ocasião semelhante a essa, prendi o pedaço à caixa com fita prateada. Só pra segurar. O segredo é ir colando sobre os cantos e sobre as fitas, pedaços pequenos de papéis desenhados. Também deve ser papietado o lado da caixa onde antes estava presa a tampa. O serviço ficou muito bom....

Processo Criativo

Somos todos impulsionados pela sensibilidade, pelos cinco sentidos. Esse impulso é percebido no cérebro e processado nas relações com todas as nossas memórias. Depois desse movimento somos instigados a expressarmos nossas interpretações através das Linguagens da Arte. Artes Visuais, Dança, Teatro e Música

Trocas

Hoje resolvi tirar a carteira e o celular dos bolsos. Abri o armário e encontrei uma pochete moderna, igual aquelas que os meus alunos do Antonieta usam. À tira colo. E a bolsinha fica na horizontal, presa numa tira, com o zíper para cima. Pois bem, ali dentro agora estão a carteira e o celular. A luta agora é ficar abrindo e fechando o zíper. Só essa frase já dá uma noção do vício que é meu e faz com que eu fique de olho e dedos no celular de minuto em minuto. Nem bem comecei a usar a pochete e já desisti. De tanto abrir e fechar a bolsinha eu vou acabar arregaçando a costura e perdendo tudo pela rua, calçadas, ou lojas de departamentos. Adoro escrever: Loja de departamentos e pensar sobre os departamentos das lojas e suas bugigangas. Desisti de usar a pochete descendo a escada rolante, tirando a mochila das costas e a desengatando do enrosco. Lá se foram o celular pro bolso direito e a carteira pro bolso esquerdo da calça. Aprendi no século passado que nunca se deve usar calça no sin...

Bom dia

Sentado nessa poltrona azul estampada da qual eu vejo as costas da outra, eu resolvi escrever umas coisinhas. Claro que essa vontade avassaladora veio depois de ficar ouvindo pelo meu fone sem fio o Clóvis de Barros Filho, o Ariano Suassuna e o Eduardo Bueno. Do Bueno eu acabei de ouvir sobre o Livro do Simon: O mundo. Ouvi sobre história, filosofia e Arte até perceber que o trânsito anda lento nessa hora da manhã na entrada de São Paulo. Chamar de entrada de São Paulo é um tanto exagerado, afinal estamos ainda em Itapevi. O nosso ônibus tem um certo privilégio de andar pela pista direita, o que dá a ele uma maior mobilidade. Ao invés de andar a um por hora ele anda a três. Baixou em mim aquela vontade de escrever cronologicamente. Escrevo com sede e julgo se referir a minha idade, já que ando deveras necessitado de água e  água em abundância. Meu transtorno obsessivo compulsivo me remete a beber quatro golinhos de cada vez. Mais uma vez o Clóvis me fez redescobrir a potência que m...

Falei, Foi?

Acabei de olhar de cima para baixo o meu próprio desenho sobre a minha calça. Estava em pé no trem do metrô. Muitas pessoas quando vêm os desenhos nos meus jeans, me perguntam se a tinta que eu uso desbota. Eu quero, almejo, desejo que desbote. Acho bem mais interessante os traços pretos acinzentarem-se e ficarem mais próximos do tom do jeans. Prefiro, ao grande contraste. Interessante que há pouco falávamos sobre o sempre pensado e repensado conflito de gerações. Como cotidianamente estou cercado pela juventude, fico atento para respeitar alguns posicionamentos que são afeitos a ela, a juventude. Questões de comunicação me interessam muito. A forma como os jovens expõe suas ideias, seus palavrões, suas brincadeiras de mão, suas divisões em grupos fechados, suas inovações, entre tantas outras cositas. Na conversa rápida que tivemos, cheguei à conclusão simplista que nós não éramos tão diferentes deles, apesar de eu ser muito tímido à época, quando o jovem era eu. Eu quero que a estampa...