Caminhada
Fecho o portão pesado e coloco o capuz cobrindo a cabeça. Meia volta e desço a pequena escada. Estou a caminho, a pé. Observo que o meu caminhar se guia pelos meus olhos. Olhares que tateiam as pequenas coisas jogadas no chão. Essas coisas que são jogadas e mesmo aquelas que já pertencem ao chão de alguma forma, natural, ou artificialmente. Seres humanos, artífices que somos ao inventar coisas que podem ser acopladas ao chão e flutuar no espaço. Atravesso a rua mirando o meio fio pintado de branco. Essa linha horizontal segundo a minha perspectiva. E sigo, calçado e calçada. Calçada feita com mosaico de pedras brancas e pretas, formando ondas de Burle Marx. Eu piso nas brancas. Sigo uma linha que divide um piso de cimento e uma tábua usada na construção ao lado. Prossigo. Paro por causa do sinal de pedestres e avisto a calçada que inicia uma subida íngreme. Depois de atravessar, ladeio o volume de tijolos que guarda uma caixa de metal e coisas elétricas. Um papel de bala sete belo e um...