Espaços
No curto espaço que há entre o travesseiro e a nossa cabeça, toda história de alguém que é diferente vai interessar.
Ser diferente talvez seja como ser uma pássaro cuidando do seu ninho.
Talvez seja um João de Barro construindo a sua casa com argila, essa construtora de pessoas, segundo o simbólico.
Talvez seja uma andorinha com o peito branco da paz fazendo os verões.
Alguém diferente talvez seja um canário de voz suave e doce.
Um rouxinol que gorjeia para imperatrizes.
Um bem-te-vi que vê além dos limites da visão física.
Uma pomba que traz no bico um ramo de oliveira anunciando que a chuva passou.
Diferente talvez seja a águia observadora que sobrevoa o mundo todo com olhos atentos.
Talvez seja o pássaro alfaiate crochetando com as folhas das flores arrumadas em ikebanas.
A história de alguém que é diferente não deixa o céu de forma alguma.
Nem quando parte para uma viagem mais longa, deixando a gente aqui na lembrança.
Com as aves aprendemos que o céu nem é o limite.
O céu é uma espécie de espaço eterno, onde a mulher diferente ao invés da chuva, nos manda travesseiros para debruçarmos as nossas cabeças sonhadoras
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