Equipamentos

Pensei na palavra equipamento observando as minhas vestimentas e os vários aparelhos da academia.
Quando escrevo aparelhos, logo me vem também à cabeça o aparelhamento.
Precisamos, muito além da academia de ginástica, de equipamentos e aparelhamento.
Descobri depois de muitas experimentações, mexendo com tomadas, fios de ferro de passar roupas, pregos e parafusos, que as ferramentas certas são muito importantes para os bons resultados.
Portanto, faço uma ponte com as nossas ações cotidianas em todos os setores.
A nossa língua mátria tem dessas artimanhas.
Fazer pontes.
Certa vez o professor nos desafiou a fazer uma ponte usando macarrão espaguete.
A questão era a resistência do material.
No curso de Arte o desafio, com o mesmo propósito, era que cortássemos tiras de papel de três centímetros de largura para fazermos com elas uma Malha.
Quanto menor a distância entre as tiras, maior a resistência.
Tamanha era a resistência que foi possível colocarmos uma placa de madeira fina sobre ela e subirmos sem amassá-la.
Outra ponte.
A nossa resistência é muito maior quando estamos cercados de pessoas com o mesmo propósito.
Um propósito de bem estar, de estar bem.
Nosso equipamento deve estar a serviço.
Deve unir-se a outros equipamentos para que todos estejamos melhor aparelhados.
Digo isso e vem aquela história sensacional dos dois anjos que tinham apenas uma asa e nunca tinham conseguido voar.
Um dia, na beira de um precipício, precisavam chegar até a beira do rio.
Lá embaixo precisavam ajudar uma mulher que estava se afogando.
Tinham muita pressa.
Sabiam que sozinhos não conseguiriam chegar tão rápido.
Abraçados, se uniram e num bater suave de asas chegaram a tempo de salvar a mulher.
Com certeza perceberam que se salvaram também.
Minutos antes eram anjos solitários e pensativos, refletindo sobre não poderem ser úteis, se não, apenas a si mesmos.
Nunca mais se separaram porque juntos ganharam aparelhamento para descobrirem que o equipamento de cada um, se deu muito melhor em dupla.
Assim as pontes, as conexões, as providências vão abrindo portas e portões.
Isso não é apenas poesia, é um fato.
Interessante pensar no nome de uma revista dos anos setenta, chamada Fatos e Fotos.
Interessante porque as fotos eram quase sempre ligadas aos famosos, tipo Caras e portanto os Fatos estavam mais próximos da fofoca.
Rio porque o palpite é uma das condições humanas mais sensacionais, apesar de se aproximar mais do sensacionalismo.
Repare que o sufixo Ismo é íntimo do humano.
O humano na sua incansável ânsia por rotular, logo coloca um Ismo pra se justificar.
Impressionismo, cristianismo, protestantismo, ocultismo, entre muitos e muitos outros Ismos.
Prefiro a graça da Providência.
Num ato maravilhoso, minha irmã me ofereceu um ingresso para um o jogo de futebol no domingo.
Ela e minha sobrinha tiveram problema ao tentar comprar os ingressos.
Para as duas e também para a compra do meu ingresso.
Num jogo de futebol society o meu filho ouve um amigo gritar:
Eu tenho dois ingressos para o jogo de domingo, quem quiser é só me procurar.
Assim foi feito e as duas irão ao jogo.
E Eu?
Eu tenho um irmão que perguntou se eu queria assistir o jogo com ele.
Vamos os quatro.
Isso é Fato, não é fofoca.
A providência providencia e assim falava o seu Jorge para a dona Anna, muito devota da providência.
Não basta ser devota, tem que acreditar.
Porém faço uma observação muito séria:
Esse acreditar deve ser um acreditar onde o cérebro não participa.
É desnecessário Pensar na providência e até é prejudicial a ela.
Devemos nos equipar e estarmos aparelhados para essa crença que transcende.
É filosofia?
É prática

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