Temporizador
O meu pai comia tudo muito rápido, já minha mãe gostava de comer bem devagar.
Os dispostos se atraem e alguns se distraem.
A frase que diz que está tudo conectado, para mim faz muito sentido, porém penso que é preciso se estar atento e confiante.
No sentido de fiar junto mesmo, confiar.
Todas as coisas que nos acontecem tem que ter muito a nossa convivência, ou seja, deve conviver conosco mesmo.
Termos a nossa conivência e não delegarmos a outrem aquilo que vai nos acontecer.
Interessante pensar que se eu coloco na mão do destino o meu presente e o meu futuro, estou colocando nas mãos de outro, o destino.
Nem sempre tenho consciência do meu destino.
Por exemplo, agora, quando saí de casa tinha como destino a academia e aqui estou, porém procurei não ficar desatento à possibilidade de passar na farmácia e comprar um xampu.
Xampu é excelente para limpar o couro cabeludo e até os micro fios brancos de cabelo que ainda insistem na minha cabeça.
Faz uns vinte minutos que o meu destino é repartido em seis aparelhos para ginástica, pretendendo fortalecer braços e pernas.
Também gosto do termo concionamento físico, já que pus por terra aquela minha velha ideia de que nunca mais ia deixar o sedentarismo.
Interessante frisar que esse condicionamento está condicionado à constância, ao não deixar de praticar todos os dias, se não no espaço da academia, que seja em casa, na cidade, ou nas montanhas.
Uma das coisas mais corretas é que além do físico, isso faz muito bem para a cabeça, para o emocional, para a disposição em estar presente e presentear.
Sim, presentear com a afinidade de princípios e propósitos.
Eu nasci para fazer o que eu faço já que desde muito pequeno eu desenho e monto coisas com caixas vazias de pasta de dente.
O fazer professar veio como jovem adulto e não deixei de ilustrar, fazer desenhos para tatoos, desenhar em camisetas e bolsas, enfim, fazer artesanias.
O ser professor nasceu na universidade, auxiliando os professores a ajudar os alunos nas Atividades propostas para o semestre.
Eu não imaginava que minha voz iria marcar as pessoas de uma forma que facilitasse muito a atividade que vim ministrar nesse mundão.
Ao dar boa noite para a moça que me entrega a carteirinha depois que eu devolvo a chave do armário, uma moça gritou:
Betu, te reconheci pela voz!
Olha aqui o meu filho que fez quinze anos.
Dei aulas para ela e poderia ter dado aulas para o filho se ele estudasse no mesmo colégio.
Porém isso não é problema, porque além de trabalhar com vários ex alunos, eu dou aulas para vários filhos e filhas de outros ex alunos e alunas.
Uma vida, dizem muitos.
Nasci para fazer isso e aquilo, fazer Arte e Professá-la.
Entrego essa tarefa todos os dias a mim mesmo.
É uma dádiva e uma bênção sabermos de antemão o que viemos fazer aqui.
Acho que todos os viventes poderiam ficar mais cientes se fossem observados com afeto, carinho, paciência, entre outras qualificações dos pais, ou pessoas que se tornam responsáveis pela educação de outrem.
Por exemplo, quem usa a expressão Outrem?
Uso porque aprendi, me encheu de interesse, achei interessante e intronizei, acho bonito.
E se alguém ao ouvir não compreender, tenho o prazer de explicar esse termo relativo a tantos Outros.
Vejo no outro o meu destino.
De uma forma ou de outra eu sempre tive isso bem dentro de mim e mesmo que eu seja covardão, medroso e tímido, tenho condições de me tornar algo diferente disso, afinal fiquei dois meses sem doce e o meu prato predileto é feito com legumes cozidos, sem arroz, que é o meu manjar dos deuses.
Inclusive nessas séries sobre desastres mundiais sempre alguém diz que é preciso um certo, ou muito sacrifício.
Claro que há a possibilidade que eu chute o pau da barraca e comece a me descuidar, mas preste atenção no verbo: Descuidar.
Impossível pensar no descuido para quem gosta imenso do controle.
E descuidar pra quê?
Cuidado é necessário já que nos filmes as pessoas continuam dizendo: Tome cuidado!
Tomar como espécie de bebida, para fortalecer a atenção.
Pode parecer desnecessária a pergunta para quem é forte, de força de leão, mas há muita gente que precisa ser avisada.
Tome cuidado!
Ficar perguntando qual é o sentido da vida de nada adianta, só atrasa.
Ou não.
Também serve para criarmos várias narrativas, inclusive aquelas que nos entretém, quando o nosso destino é o cômodo mais próximo de uma televisão, segurando o celular numa das mãos
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