GPS
Quase todo mundo sabe que eu adoro as palavras e suas conexões.
Global Position System, o tal GPS.
Eu tanto adoro as palavras na língua portuguesa que eu não sei quase nada da língua inglesa.
Portanto, um Sistema de posição global me parece mais interessante, já que de imediato já me gera interesse imenso.
Esse imenso sugere o sotaque da minha filha.
Já imagino aquelas cenas em séries, filmes e vídeos, registradas de cima por um Drone.
Escrevi essa frase imaginando os satélites girando ao redor da Terra e captando a nossa posição.
Outro dia vi na TV um estuprador sendo preso em São Paulo porque o seu rosto foi detectado pela polícia paulistana, usando inteligência artificial, posto que existem muitas câmeras espalhadas pela cidade.
Senti que eu estava no meu elevador, que além de uma câmera, tem o fundo espelhado.
Eu sou tão nada a ver que fico preocupado em olhar para o espelho, ficar observando meus tricepes e meus bícepes e ser flagrado pelo povo lá de Campinas que fica monitorando as câmeras.
Rio à toa.
Agorinha o Sistema de posição global do Uber, que me trouxe à rodoviária nos levou a passear pelo bairro vizinho até chegar na Avenida São Paulo.
Veja bem.
Estávamos na minha rua, era só mudar a direção, fazer o balão e já chegaríamos na Avenida Sâo Paulo.
Escrevi chegaríamos porque ele não nos fez mudar de direção, ficamos virando à direita e à esquerda mil vezes e só então chegamos no começo da Avenida São Paulo.
Rio novamente porque não estou com pressa.
Meu objetivo era pegar o busão das nove e cá estou.
Não escrevo esse texto só para exorcizar o GPS, acho que ele é até Interessante na maioria das vezes.
Escrevo para enaltecer as delícias do caminho novo.
Logo à esquerda, já que não trocamos de direção, vi a parede da retifica de motores, pintada com revólver de spray, colocando à vista as peças que fazem parte do motor de um automóvel, pintadas de forma ultra realista.
Viramos à direita em frente ao condomínio Arco-íris e ele já não é mais um conjunto de cinco prédios pintados cada um numa cor do arco-íris.
Todos agora são Off White, mas o ponto de ônibus que fica à sua frente foi repintado arcoirisisticamente.
Perceba o neologismo.
Rio.
Mais adiante nosso carro passou por uma via onde cabe apenas um carro e as árvores da lateral direita cresceram tanto que as folhas já ocupam meia pista.
É uma visão bucólica, mas temos que atravessar na sorte, ou rezando para que o outro carro, que vem na direção contrária não tenha a mesma ideia.
Mais voltas e vejo uma casa de João de Barro na árvore ao lado da farmácia.
A Farmácia tem uma logo bacana que sugere um S na forma de uma Cápsula comprimidal.
Notem mais um neologismo.
Passando a farmácia uma família ainda tem o pedaço do asfalto em frente a casa, pintada com as cores do Brasil da última copa, aquela que conseguimos levar o empate no último minuto com a Croácia.
Copa de futebol, copa da cozinha, copa da árvore, além do Copas do baralho.
Adorando a língua portuguesa e lembrando a aula do professor Ariano Suassuma onde ele pergunta, mostrando uma copo:
Isso tem cara de Glass?
Como o copo mostrado era de plástico ele disse:
Aí teríamos que dizer que é um GLASS DE PLÁSTICO!
Seguimos viagem e antes de chegarmos na Avenida São Paulo, depois de meia hora, ainda consegui observar um papel que voava como a pena do Forrest Gump.
Nela dava pra ver um cartaz impresso com a propaganda do espetáculo do Circo dos Sonhos que está na cidade.
Bom, chegando na Avenida Sâo Paulo você já conhece o caminho até a rodoviária.
Note que eu ainda fiquei sabendo que o motorista trabalhou por seis anos no Assadão de Votorantim e ele estudou no Daniel Verano.
Achei curioso ele dizer que conhece muito pouco sobre Sorocaba, já que nem existe divisão espacial entre as cidades, mas deve ter sido força de expressão.
Adoro expressões idiomáticas, mas o que adoro mesmo são os adjetivos pátrios, tipo Croata, Bósnio, Kosovar e Guatemalteca,entre tantos outros.
Eu não tenho problema em ser seguido por satélites, já sabendo que eles são comandados por poucas pessoas e que elas podem ter interesses malévolos, afinal eu posso desenhar meus grafismos em tecidos, sejam de algodão, ou jeans.
Com certeza você está se perguntando o que tem Lé com Cré?
Tudo, afinal eu preciso, para não ser constantemente lesado mentalmente, me concentrar naquilo que eu tenho controle.
E veja que sou extremamente controlador e ao mesmo tempo um patife.
Desta forma eu deixo ligado o meu localizador no celular e comprei um relógio de pulso para ver as horas.
Nesse tempo Colégio teve um Boom de relógios de pulso.
O que tem a ver Lé com Cré?
Tudo
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