Escolhas

Tenho certeza que você já ouviu ou leu a frase: A vida é feita de escolhas.
Sobre isso penso em duas máximas que considero inquestionáveis, o Bem e o Mal.
Duas coisas que não podem e nem seria possível relativizar.
Nas relações humanas todos têm noção exata do que é o Bem e o que é o Mal.
Pense aí em dois exemplos de uma coisa e de outra.
Quando eu digo que a minha escolha é sempre feita a partir do que faria o outro mais feliz, significa que todas as minhas ações visam o bem estar do outro.
É claro que nesse sentido não sou sempre feliz.
Como uma pessoa que adora contar histórias a partir de fatos acontecidos, algumas vezes passo do ponto, acentuo algo que pode deixar o outro desconfortável.
Nas minhas relações com os outros escolho sempre ser divertido, bem humorado e quase sempre otimista.
Na maioria das vezes sou feliz e os outros também, mas como já escrevi antes, o humor pode ser ácido e colocar a persona citada numa situação de exposição exagerada.
Reforço essa posição porque no intuito de fazer graça e agir pra o bem, o resultado pode fazer algum mal, adulterando o significado da ação.
Minha escolha é divertida, tem uma vertente dupla, di vertida.
Penso que além da vida ser feita de escolhas ela também tem uma complexidade absurda, nos apontando sempre na direção do outro.
Ela é relativizada pelo outro e no outro, de nada adiantando saber que eu tenho que primeiro estar bem comigo mesmo.
Isso é essencialmente básico.
Sem estarmos bem conosco, estamos doentes, apáticos e quase mortos, portanto, à parte da vida a ser vivida.
Dessa forma vivemos saudáveis no abraçar a causa do outro.
Escolher requer convicção e coragem, coisa que venho aprendendo no decorrer da minha existência.
Já fiquei bastante em cima do muro, escolhendo ajeitar as coisas, não criar conflito, colocar panos quentes.
Não mudei muito, hei de ter mais galhardia.
Empatia.
Noutro dia ouvi numa palestra curta que é impossível nos colocarmos no lugar do outro.
Achei bem sensato, afinal o lugar do outro é só dele, só ele sabe a dor e a delícia de ser o que ele é e o que ele está sentindo.
Caetano sendo genial mais uma vez.
Porém, penso que no meu lugar, ora privilegiado, preciso escolher o outro como possibilidade de, no coletivo, alcançarmos mais êxito em fazermos o bem sem olharmos a quem.
Outra tarefa dificílima é essa de fazermos o bem a quem nos fez algum mal.
Mais uma vez sou privilegiado.
Na minha vida só tenho recebido pessoas que amam ser sensíveis a mim e eu a elas.
Raríssimo conhecer alguém que me faz mal e se por acaso há, sei que a questão é dela, o mal humor a deseducação, a ira é dela e a mim cabe ter esse entendimento e responder com elegância e história bem contada.
Essa é minha escolha.
Hoje é o dia da deselegância, da mentira, do descaso, do desafeto com os menos favorecidos, da arrogância e de tantos outros atributos dos seres humanos que escolheram a política partidária no lugar da política participativa.
Você dirá que nem todos têm essas características e isso pode até ser verdade.
Escolheram e hoje cabe a nós escolhermos.
Fosse a nossa eleição optativa eu escolheria participar.
Todo o respeito a quem tem escolha diferente.
Minha mãe espalhava os feijões sobre a mesa e separava os ruins
Você já reparou que hoje a gente nem escolhe mais feijão?

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