Saquei
Saquei minha garrafinha com água que trago no compartimento da minha mochila.
Na hora nem imaginei o Porquê.
Como de costume, subi a rua Maria Figueiredo em direção à Avenida Paulista.
Achei diferente, porque a primeira escadaria se encontrava aberta, porém para não errar, segui em frente para descer pela escada rolante de rotina.
Passei meu cartão preferencial pela catraca e só lá embaixo que vi que a linha verde estava com reforma na estação Consolação.
Pela primeira vez uma única linha servia aos dois sentidos.
Até esperei, mas vi que o próximo trem apareceria sabe lá Deus quando.
Saí por onde entrei e me pus a caminhar pela Paulista até a Estação Paraíso.
Por conta do nome da estação lembrei do trabalho que o Artista Canadense Hervé Fisher fez para a Bienal de mil novecentos e oitenta e dois.
Cem colegas da faculdade pintaram 32 folhas A1 com tinta látex verde.
O verde das placas rodoviárias.
No feriado prolongado só aparecemos eu e Ana para desenharmos e pintarmos de branco as letras e setas do Outdoor proposto pelo artista.
A ideia do Hervé que nós realizamos escrevendo com giz nas folhas verdes foi:
Paraíso, com a seta para cima e Liberdade com a seta para baixo.
Montamos no chão as trinta e duas folhas e vimos lá de cima o Outdoor prontíssimo.
Hervé quase não acreditou e no dia seguinte o painel foi montado na Avenida Doutor Arnaldo.
Tenho o rolinho de super 8 com o filme que fizemos, mas não tenho mais o projetor.
Preciso passar para um pen-drive.
Preciso de alguém que o faça. Farei.
Eis aí o motivo que me fez sacar a garrafinha com água e beber três goles rápidos.
A caminhada.
Já no Paraíso, quando fui passar o meu cartão pela catraca apareceu a frase: Cartão temporariamente bloqueado.
Ao meu lado havia dois funcionários do metrô, um moço e e uma moça.
Perguntei quase afirmando que o motivo do bloqueio era porque eu havia saído há meia hora da outra estação.
A moça disse que se fizesse meia hora, o cartão já estaria desbloqueado, portanto bati meu recorde de caminhada da estação Brigadeiro até a estação Paraíso. Menos de meia hora.
Não sei qual era o meu tempo anterior porque nunca havia feito esse trajeto a pé.
Inclusive já nem sei mais qual foi o meu último trajeto a pé.
Risos.
Até que ando um pouquinho aqui, um pouquinho ali.
Nessas andanças continuo ligado nas minhas conversas internas e elas me levaram à lembrança da minha letra que diz: Apenas com perguntas vamos ter Revolução.
Outro dia pensei que também poderia ser: Apenas com perguntas vamos ter Evolução.
Em mais uma reunião, aprendi como o aluno aprende à luz da neurociência.
Praticamente tudo o que vínhamos acreditando, não foi comprovado cientificamente.
A máxima que a gente usa apenas dez por cento do nosso cérebro, a que aprendemos cenestésica, auditiva, ou visualmente, que aprendemos mais quando muito estimulados sensorialmente, entre outras tantas crenças.
Nada disso deve ser descartado, mas os mestres devem ter ciência e serem assertivos nas suas comandas.
Noutra letra de minha autoria há a frase impactante: Sou como um Aladim perdido, dono dos próprios desejos.
Sabe aquela frase que você acha genial?
Isso, achei genial.
Assim como aquele meu aluno antigo que um dia me disse depois de ler meu Story:
Mestre, achei aquela sua frase Sensacional, o que significa mesmo?
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