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Adorável

Eu que adoro ver as pessoas na rua e imaginar de onde elas vêm e o que elas fazem da vida, tenho ficado em estado de graça com tantos estímulos visuais. Rio porque acabei de ser estimulado pela resposta da moça para a amiga. A amiga tinha dúvida sobre quais as linhas que são de trem e quais as que são de metrô, aqui em São Paulo. A resposta veio certeira: Todas as linhas de trem têm nomes de pedras preciosas e todas as linhas de metrô têm nomes de cores. Imagina você passear tantas vezes pelo transporte público em São Paulo e não saber sobre essa preciosidade. Não saber e não perceber esse rico detalhe. Entro no trem da Sé na linha azul indo para a linha vermelha. Ouço dois moços africanos conversando na sua língua pátria. Entre tantos sons por mim desconhecidos, ouço um Sorocaba. Impressionante. Quase tudo acontece em Sorocaba. Prefiro pensar em quantos: Boa Noite do jornal Nacional tiveram a ver com a cidade. Essas reportagens do final do jornal quase sempre foram e são anedóticas, q...

Pelúcia

Agora você não tem que pensar, você tem que ouvir! Essa frase deve-se ao fato de quando a pessoa está contando um caso, eu já estar pensando e elaborando um outro caso ou resposta. No caminho, em frente a um ponto de ônibus, ouço uma moça dizer no meio da frase: Entrar para dentro. Não tem importância, porque eu e a outra pessoa entendemos a mensagem. Porém, que é uma redundância é, afinal se é para entrar, sempre se entra para dentro de alguma coisa. Subir pra cima nem quando a gente canta Stairway to heaven. Rio porque quando eu imposto a voz grave e narro como um narrador de filme norte americano as pessoas acham que eu sei falar inglês: Once upon a time the lion in the forest... A moça do novo carrinho de pipocas na rua Tabapuã, roda a manivela da tampa da panela e os primeiros grãos de milho começam a estourar. No mesmo instante, ainda caminhando, me lembro do seu Zé no carrinho de pipocas na hora do intervalo da escola. Ele se posicionava em frente ao portão, na rua Rio de Janeir...

Avenidas

Na avenida Faria Lima existem vários pontos de ônibus. Porém, como ela é muito movimentada, os pontos são salteados. O ônibus X não para em todos os pontos. Para em um, não para no outro. Qual é a cena? Peguei o busão no ponto do Santa Cruz e mais à frente o motorista parou no sinal vermelho, bem em frente ao metrô. Uma moça deu sinal e o motorista mostrou que o ponto era lá atrás. Eu fico com dó, mas ele está certo. Se ele abrir a porta ali, vai ter que parar em todos os outros pontos. Sabemos que não vai acontecer assim, mas a norma de conduta é essa. Parar só nos pontos estabelecidos. Passamos muito tempo dando um jeitinho para tudo. Eu, por exemplo, era o senhor do jeitinho. Ainda tenho Dó, mas... Agora que existe a lei do não celular na escola, o não poder entrar na Eletiva de Desenho se o aluno que não estiver inscrito e outros que tais, estou seguindo as normas à risca. E é super educativo, principalmente para mim. No Brasil a lei do Gerson ficou muito conhecida por conta de uma...

41

Meu número é quarenta e um. Calço quarenta e um, mas no ano passado cismei de comprar um tênis quarenta e dois porque achei o quarenta e um apertado. Estava nada, o quarenta e dois laceou e ficou dançando no pé. Paciência é uma coisa que não me falta. Passei um ano e meio dançando. Parece até um pouco de preguiça. Escrevo assim para falar da dificuldade que temos em seguir comandos. Coloco-me no meio disso, mas eu me questiono, já que até gosto de comandos e nas classes eu preciso orientar meus educandos através de alguns comandos. Ontem choveu e três crianças pequenas, pequenas mesmo, brincavam de bater os pés numa poça gigante. Eu conversava com um mestre que está trabalhando no colégio. Ele, com muito tato e educação disse para as crianças: Crianças, não é legal. Vocês vão molhar os seus tênis e as suas meias. Vão ficar molhados e vocês podem ficar resfriados. Uma das meninas continuou batendo os pés na poça. O mestre perguntou: Você não ouviu o que o tio falou? Ela começou a bater ...

Fácil

Eu ia começar esse texto escrevendo sobre outro acontecimento, mas resolvi começar pela única gota de chuva que caiu na minha cabeça antes que eu pudesse atravessar a rua. Claro que na travessia até a academia algumas outras gotas me atingiram. Agora chove aquela garoa fina de São Paulo. Resolvi que iria começar o texto assim por causa da sensação. Ontem o que resta do meu cabelo, raspamos com a máquina zero. Uma única gota atingindo o couro cabeludo é muito mais significativo do que uma chuva intensa e torrencial. Escrevo dessa forma para ver se você é capaz de sentir, na semelhança do meu sentido. Recomeço a colagem de palavras com a brutalidade característica do dono da loja que faz cópias. Todas as vezes que vou usar o serviço é um novo atendente que me cumprimenta. Cada dia é uma pessoa diferente porque nenhuma delas consegue ficar naquele lugar com um chefe tão nocivo. Esse novo moço foi mais um gentilíssimo, porém quando começou a fazer as cópias, teve a infeliz ideia de fazer u...

Sonhando acordado

Hoje veio forte a reflexão sobre o realizar os sonhos que todos nós temos. Faz algum tempo me apareceu esse tema. E a frase original sempre é: Nunca desista dos seus sonhos. O tal artista Oswaldo, no meio da minha reflexão, anunciou uma coisa que o pai dele sempre ensinou. Filho, seu sonho é jogar com o Messi no Barcelona? Pode sonhar, mas não vai acontecer. E por aí seguia a fala. Existe na fala do pai uma necessidade de Objetividade nas respostas aos sonhos que temos. Aí me aparece o Cortella afirmando: Nem tudo o que Desejamos é Possível fazer, nem tudo o que é Possível Devemos fazer e nem tudo o que Devemos fazer, nós Desejamos fazê-lo. A mistura desses pensamentos me confirma que eu deva sempre questionar a ânsia de seguirmos cegamente os nossos sonhos, no sentido de passarmos uma vida inteira os perseguindo e nunca tendo condições de realizá-los. Penso sempre que as ações são muito mais importantes do que o esperar para tornar real algo imaginado. Nesse sentido o meu sonho de faz...